A escritora Ana Maria Gonçalves foi eleita nesta quinta-feira (10) para a Cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A escritora, de 55 anos, que ficou conhecida por seu romance Um Defeito de Cor, se tornou a primeira mulher negra a integrar a ABL em 128 anos de existência, sendo também a mais jovem do atual quadro de imortais.
Na votação, realizada com urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, Gonçalves conquistou 30 dos 31 votos possíveis. O outro voto foi para a escritora Eliane Potiguara.
Nascida em Ibiá (MG), Ana Maria Gonçalves é escritora, roteirista e dramaturga. Seu livro Um Defeito de Cor, inspirou o samba enredo da Portela no carnaval carioca de 2024. A obra narra a trajetória de Kehinde, mulher africana escravizada que, no século 19, percorre caminhos em busca do filho, abordando temas como escravidão, racismo, ancestralidade e resistência.
Além da produção literária, Gonçalves tem sólida atuação no Brasil e no exterior, sendo escritora residente em universidades como Tulane, Stanford e Middlebury, nos Estados Unidos. Também atua como professora de escrita criativa e curadora de projetos culturais.
A cadeira nº 33 estava vaga desde maio, com a morte do gramático, professor e filólogo Evanildo Bechara, aos 97 anos. Também concorriam ao posto Eliane Potiguara, Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho Ramalho de Melo.