Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira (14/7) impor “tarifas severas” a países que fizerem negócios com a Rússia, caso Moscou não negocie um cessar-fogo com a Ucrânia em 50 dias. O anúncio foi feito na Casa Branca, ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Segundo o presidente, a tarifa pode chegar a 100%, o que afetaria países como China, Índia e Brasil. Trump e Rutte aproveitaram o encontro para anunciar um acordo para enviar armas para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa Patriot, custeado pelos europeus.
“Estamos muito insatisfeitos e vamos aplicar tarifas severas à Rússia se não alcançarmos um acordo em 50 dias”, disse Trump, durante reunião com Rutte. O presidente mencionou ainda “tarifas secundárias”, que afetariam países que fazem comércio com os russos – o Brasil é um dos maiores compradores de óleo diesel da Rússia. “Tarifas secundárias são muito poderosas. Espero que dê certo”, disse Trump.
A Rússia está sob sanções ocidentais desde a invasão da Ucrânia e o volume de exportações para os EUA é baixo, o que reduz o impacto das tarifas. A ameaça é diferente do pacote de sanções que um grupo de 80 senadores defende no Congresso. A proposta deles pretende impor 500% de tarifa para países que comprarem petróleo e urânio russos.
O tom de Trump marca uma mudança de posição do presidente americano. Ele vem resmungando que Putin continua lançando ataques na Ucrânia mesmo depois que os dois tiveram “conversas telefônicas muito agradáveis”.
“Eu falo muito com ele sobre resolver essa questão. E sempre penso: ‘Essa foi uma boa ligação telefônica’. Depois, mísseis são lançados em Kiev ou em alguma outra cidade”, disse Trump, indicando que isso ocorreu “três ou quatro vezes”. Por isso, segundo o americano, ele chegou à conclusão de que “as conversas não significam nada” para Putin.
“Não quero dizer que ele é um assassino, mas é um sujeito durão. Isso foi provado ao longo dos anos. Ele enganou muitas pessoas”, disse Trump sobre Putin, citando uma lista longa de ex-presidentes americanos. “Ele não me enganou. Mas, conversa não é ação. Tem de haver ação. Tem de haver resultados.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo