O ex-presidente Jair Bolsonaro define a operação da Polícia Federal feita nesta sexta-feira (18/7) como uma “suprema humilhação”. Nesta manhã, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Brasília – um na casa de Bolsonaro e outra na sede do Partido Liberal (PL).
“Nada me coloca num plano golpista, nenhuma prova. É a quarta busca e apreensão em cima de mim. Não tem o que falar, a não ser que é para uma suprema humilhação”, declarou Bolsonaro após ser obrigado a colocar uma tornozeleira eletrônica na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAP).
A operação teve o aval do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes determinou medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro por “coação, obstrução e atentado à soberania nacional”.
O ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta e em tempo integral nos fins de semana e feriado; ser monitorado com tornozeleira eletrônica; não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.
Jair Bolsonaro também foi impedido de ter contato com outros investigados pela suposta trama golpista de 8 de janeiro de 2023. Um dos investigados é seu filho, deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), que está nos Estados Unidos.
“Eu não falei ainda com meu filho (Eduardo Bolsonaro), mas ele já deve estar ciente. Ele está lá (nos Estados Unidos) justamente para combater isso. Lutar pela democracia”, afirmou Bolsonaro.
As medidas foram pedidas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As condutas de Bolsonaro e do filho caracterizam, segundo o ministro Alexandre de Moraes “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos”.